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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Reflexão sobre o versículo do dia. Retirado do livro "Mananciais no Deserto" de Lettie Cowman.

"E aconteceu no trigésimo ano, no quarto mês, no quinto dia do mês, que  estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus. No quinto dia do mês, no quinto ano do cativeiro de Joaquim veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos Caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mão do Senhor." Ezequiel 1.1,3
             Não há comentarista da Escritura que seja tão valioso como o cativeiro. Os velhos Salmos soam com nova profundidade e paixão aos nossos ouvidos, quando nos sentamos junto aos rios da Babilô­nia; vibram para nós com nova alegria, quando saímos do nosso cativeiro "como as correntes no sul".
           O homem que passou por muitas aflições não abrirá mão facilmente do seu exemplar da Bíblia. Aos olhos dos outros o seu livro poderá parecer idêntico a outros livros, mas não para ele. Pois sobre as páginas da sua velha Bíblia marcada de lágrimas, ele escreveu, com caracteres visíveis só a seus olhos, o registro de suas experiências. E aqui e ali ele chega às colunas de Betei ou às palmei­ras de Elim, que são para ele memoriais de algum capítulo crítico de sua história.
Para sermos beneficiados através do nosso cativeiro, precisamos aceitar a situação e torná-la no melhor meio possível de lucro. Ficar indignado porque uma coisa nos foi tirada ou porque fomos tirados daqui ou dali não irá melhorar nada, irá, sim, impedir-nos de melhorar o que nos resta. Se esticarmos a linha, o nó ficará ainda mais cego.
             O cavalo que não se submete ao cabresto, acaba estrangulando-se na própria baia. O animal muito fogoso, que se agita sob o jugo, apenas fere o dorso.
É conhecida a diferença entre o impaciente estorninho, que bate as asas contra a gaiola, gritando, como a dizer: "Não consigo sair! Não consigo sair!", e o dócil canário, que canta na sua prisão.
Nenhuma calamidade poderá ser vista como somente um mal para nossa vida, se a levarmos diretamente a Deus em fervente oração. Pois assim como alguém que se abriga sob uma árvore pode encontrar nela inesperados frutos, assim quem se refugia sob as asas de Deus sempre encontrará nEle muito mais do que já tinha visto ou conhecido.
          É assim que, através das nossas provas e aflições, Deus nos dá novas revelações de Si mesmo; e o vau de Jaboque nos leva a Peniel, onde, como resultado da luta ali travada, vemos a Deus "face a face" e a nossa vida é salva. Você que está em algum cativeiro, tome isto para si; e o Senhor lhe dará "cânticos na noite" e mudará "a sombra da noite em manhã". — Wm. Taylor
            Submissão à vontade do Senhor é o mais macio travesseiro.