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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Reflexão do Versículo do Dia

Longe de mim esteja gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucifi­cado para mim e eu para o mundo. (Gl 6.14.)


            Eles estavam vivendo para si mesmos; o eu, com suas esperan­ças, promessas e sonhos, ainda os tinha em suas mãos; mas o Senhor começou a responder a suas orações. Tinham pedido um coração contrito e tinham-se entregado a Deus para que tal coração lhes fosse dado, a qualquer preço; e Ele lhes mandou tristeza; tinham pedido para ser mansos, e lhes partiu o coração; tinham pedido para morrerem para o mundo, e Ele destruiu suas vivas esperanças; tinham pedido para serem feitos semelhantes a Ele, e os colocou na fornalha, sentando-Se junto deles "como refinador e purificador de prata", até que pudessem refletir a Sua imagem; tinham pedido para tomar a Sua cruz, e quando a estendeu a eles, ela lhes dilacerou as mãos.
            Eles estavam pedindo sem saber o que pediam, mas Ele os pegou na palavra e lhes concedeu todas as suas petições. Estavam longe de pensar em segui-lO até tão longe, ou de chegar tão perto dEle. Veio sobre eles um temor, como a Jacó em Betel ou a Elifaz na noite das suas visões, ou aos apóstolos quando pensaram ver um fantasma e não sabiam que era Jesus. Sentiam-se quase como a pedir-Lhe que afastasse deles Sua presença solene.
            Achavam mais fácil levar a cruz do que ficar suspensos sobre ela. Mas não podiam voltar atrás, pois tinham chegado perto demais da cruz invisível, e suas virtudes os haviam atingido profundamente. Ele está cumprin­do para com eles a promessa: "E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo" (Jo 12.32).
            E agora chegou a vez de eles serem atraídos. Antes, tinham apenas ouvido falar do mistério, mas agora o sentem. Ele fixou neles Seu olhar de amor, como fez a Maria e a Pedro, e eles não têm outra escolha a não ser segui-lO!
            Pouco a pouco, de tempos em tempos; por leves lampejos, o mistério de Sua cruz brilha sobre eles. Eles O contemplam exaltado, contemplam a glória que resplandece das feridas de Sua santa paixão; e à medida que olham, avançam e são transformados na Sua imagem, e Seu Nome brilha através de suas vidas, pois Ele habita neles.
            Eles vivem a sós com Ele lá em cima, em inefável comunhão; prontos a não ter o que outros têm (e que eles poderiam ter tido), e a ser diferentes de todos, para que sejam só como Ele.
            Assim, eles são, em todas as épocas, os que "seguem o Cordeiro por onde quer que vai".
            Tivessem eles escolhido por si mesmos ou seus amigos por eles, e teriam escolhido de outra forma. Teriam sido mais ilustres aqui. mas menos gloriosos no Reino de Deus. Teriam tido a porção de Ló, não a de Abraão. Se tivessem hesitado em alguma parte — se Deus tivesse retirado de sobre eles a mão deixando-os voltar atrás — o que não teriam perdido? Que detrimentos não haveria na ressurreição?
            Mas Ele os conservou em pé, a despeito de si mesmos. Muitas vezes os seus pés bem que teriam escorregado. Na Sua misericórdia, Ele os conservou de pé. Agora, mesmo nesta vida, eles sabem que tudo o que Ele fez foi sempre bem feito. Foi bom sofrer aqui, para poderem reinar ali; suportar a cruz aqui em baixo, para usarem a coroa lá em cima; e para que neles e a respeito deles fosse feita não a sua própria vontade, mas a vontade dEle. —