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quinta-feira, 13 de março de 2014

Reflexão do Versículo do Dia

                     Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações !
                                                               (Ap 15.3.)



            O incidente que segue é relatado pela Sra. Spurgeon, uma mulher que conheceu o sofrimento por mais de vinte e cinco anos.
            "Ao fim de um dia escuro e tristonho, estava eu deitada em meu divã, enquanto a noite descia; e embora tudo estivesse claro em meu quarto gostoso, um pouco daquela escuridão lá de fora começou como que a entrar em minha alma e a obscurecer minha visão espiritual. Em vão eu procurava ver a mão que eu bem sabia estar segurando a minha e guiando meus pés, calçados em névoas, ao longo da íngreme e escorregadia vereda do sofrimento. Em tristeza, meu coração perguntou:
            "Por que será que meu Senhor trata assim a um filho Seu? Por que será que tantas vezes me envia esta dor tão aguda? Por que será que permite que esta fraqueza demorada impeça o serviço que eu tanto anelo prestar a Seus pobres servos?
            "Estas perguntas ansiosas foram depressa respondidas, e por meio de uma linguagem muito estranha; nenhum intérprete foi necessário, além do consciente segredar do meu coração.
            "Por um instante reinou silêncio no pequeno aposento, inter­rompido apenas pelo estalar da acha de carvalho na lareira. De repente ouvi um som doce e suave, uma pequena e clara nota musical, como o leve trinar de um passarinho à minha janela.
            "O que será? Por certo nenhum passarinho vai estar cantando lá fora nesta época do ano e a estas horas.
            "Novamente vem a fraca e lamentosa nota; tão doce, tão melo­diosa, e contudo bastante misteriosa para provocar admiração. Mi­nha amiga exclamou:
            "Ouça! Vem da acha de carvalho no fogo!' O fogo estava deixando livre a música aprisionada no âmago do carvalho.
            "Quem sabe se ele não tinha armazenado este canto nos dias em que tudo lhe ia bem, quando passarinhos saltitavam alegremente em seus ramos e o sol lhe dourava as tenras folhas. Mas ele tinha envelhecido, desde então, e tinha-se endurecido; anel após anel de crescimento lhe havia marcado de nós o tronco e selado a esquecida melodia, até que as chamas vieram consumir sua insensibilidade, e o ardor veemente do fogo arrancou dali um canto... 'Ah', pensei, 'quando o fogo da aflição tira de nós hinos de louvor, então estamos de fato purificados, e o nosso Deus é glorificado!'.
            "Quem sabe se algum de nós não está como esse velho carvalho — frio, duro, insensível; e não produziríamos sons melodiosos a não ser por meio do fogo, ardendo à nossa volta e libertando notas de confiança nEle e de alegre assentimento à Sua vontade.
            "Enquanto eu refletia, o fogo crepitava, e minha alma achou conforto na parábola tão estranhamente trazida ao meu coração.
            "Cânticos nas chamas! Sim, com a ajuda de Deus, e se essa for a única maneira de tirar harmonia destes corações duros e insensíveis, seja a fornalha aquecida sete vezes mais."